INTRODUÇÃO
Deus escolheu Israel para ser a Sua propriedade
peculiar entre as nações da Terra (Ex.19:5,6). Assim, para que o povo não se
corrompesse (Pv.29:18), sempre
levantou, no meio de Israel, profetas, que eram Seus porta-vozes, como havia
sido prometido ainda no deserto através de Moisés(Dt.18:20,21), ele próprio um
profeta de Deus (Dt.34:10).
A palavra profeta deriva “nabí” e do grego
“phophetes” e significa de modo geral, pessoas que falam em lugar de outra como
interprete ou anunciador, por exemplo: Arão falando em lugar de Moisés, era o
seu profeta êxodo 7.1. Significa ainda pessoa que prediz o futuro. (Is 5: 11-13). Num sentido mais restrito, profeta
e a pessoa autorizada por Deus a falar aos Homens. É este o sentido fundamental
de Dt. 18: 18 uma das características do profeta era, também, o Dom de visão (I
Sm. 3: 1). Dai porque o profeta também era chamado de vidente (I Sm. 9: 9). Um
meio seguro de distinguir o verdadeiro profeta era os cumprimentos de suas
predições (Dt. 18: 21 22). No Antigo testamento o trabalho profético constituía
um oficio que se encerrou com a morte de Malaquias. Com a aproximação da vinda
de Cristo reapareceu o espirito profético (LC 1. 67, 2: 26-38, 1 Co. 12.28),
sem contudo formar uma classe distinta. Na igreja primitiva, homens e mulheres
recebiam influencias especiais para exporem a revelação divina. (At. 21: 9).
Falavam predizendo o futuro, sob o poder do Espirito Santo (At. 11: 27,28, 21:
10,11), ensinavam e exortavam proveitosamente, edificando, grandemente a
igreja. (I Co. 14: 3, 4,24)
1 – CRISTO O PROFETA
PREDITO
Cristo
é o profeta anunciado por Moisés (Dt. 18: 15 18), a suprema revelação de Deus
ao mundo, pela importância da obra que ele se propôs realizar em favor do homem
perdido. Para ele apontam os
sacrifícios, as cerimonias, os símbolos, as figuras, os concertos as promessas
e os ensinamentos do antigo testamento. (Gn. 3: 15,21; Ex: 12: 3). Ele foi previsto pelos videntes da antiga
aliança como o Messias que haveria de cumprir os propósitos de Deus sob
Variados aspectos (Is. 53: 1-12). Moisés
profetiza a vinda do profeta que seria portador de uma gloriosa mensagem de
salvação para os que cressem e de juízo para os rebeldes. (Dt. 18: 15 – 19, At.
3: 23). No desempenho de sua missão salvadora o príncipe dos profetas declara
que a doutrina que pregava não era sua mas, do Pai que O enviara (Jo. 8: 26
-28, 12: 49,50, 14: 10,24).
Embora Deus tenha se
utilizado dos profetas no passado, todos eles eram homens imperfeitos, sujeitos
ao pecado e dependentes da graça de Deus em suas vidas para o cumprimento do
seu ministério.
Cristo
era o profeta predito que traria a perfeição de Deus, e cumpriria o seu
ministério sem pecado (II Co. 5: 21 “aqueles que não conheceu pecado, Deus o
fez pecado por nós; para que nele fossemos feito justiça de Deus”). Ele não só
foi predito, como também foi o profeta perfeito. Perfeito em toda maneira de
Viver. Na entrada de Jerusalém a multidão
o aclamava como o profeta predito: (Mt. 21: 10-11
E, entrando ele em Jerusalém, toda a cidade se alvoroçou, dizendo: Quem é este?
E a multidão dizia: Este é Jesus, o profeta de
Nazaré da Galileia).
2 CRISTO O PROFETA ESPERADO
No tempo próprio,
iniciando seu ministério público, o Senhor Jesus na sinagoga de Nazaré, se
identifica como o enviado de Deus, ungido pelo Espirito Santo para o desempenho
da gloriosa missão que o trouxe ao mundo. (Lc. 4: 16-21). Sendo rejeitado pelos de sua
nação, ele declara: “De fato vos afirmo que nenhum profeta é bem recebido na
própria terra” (Lc. 4: 24). Reinava intensa expectativa entre os judeus a
respeito da vinda do profeta predito por Moisés. Dai enviarem uma delegação a
João Batista comporta de sacerdotes e levitas, fazendo algumas indagações ao
seu respeito, inclusive perguntando se ele era o PROFETA (jo. 1; 19-28). Mais tarde, Pedro (At. 3: 22) e Estevão (At.
7. 37) confirmam, de modo claro e decisivo, o cumprimento dessa profecia do legislador
de Israel, a chegado do profeta, o mediador entre Deus e os homens.
Era
natural que depois de 4 séculos sem ouvirem nem verem nenhum sinal de Deus, os
judeus tivessem alguma dúvida sobre a chegada do profeta que eles esperavam
desde a morte de Moisés. A desconfiança dos sacerdotes e levitas quando foi ao
profeta João era compreensiva, eles queriam saber se João era O PROFETA, veja
que a pergunta era pertinente ao que o profeta João logo entendeu, e respondeu:
eu não sou O PROFETA. Mt 3:3 “Porque este é o anunciado pelo
profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do
Senhor, Endireitai as suas veredas”.
3 – CRISTO O PROFETA
SINGULAR
Cristo
não era apenas mais um profeta que surgia na Palestina, depois de um silencio
de cerca de quatrocentos anos, era o profeta por excelência, que Deus enviara
com uma extraordinária missão, jamais entendida pelo homem natural, inclusive pelos
seus aspecto miraculoso. Ele é o “emancipador”, (1) dos pobres através da
riqueza das boas novas (Ef. 1: 3); (2) dos cativos, através da libertação da
graça (Gl. 5: 1,13); 3) dos cegos através da luz da vida (Jo. 1: 9, 8: 12); (4)
dos oprimidos, através do seu julgo , do qual ele toma sobre Sí o nosso fardo
Mt. (11: 28 – 30, I Ped. 5: 7). “Ele devassa
os recessos da natureza e diz a Pedro: “Vai ao Mar, lança o anzol, e o primeiro
peixe que fisgar, tira-o; e, abrindo-lhe a boca, acharás um estáter”. Toma-o, e
entrega-lhes por mim e por ti” Mt. 17: 27).
Utilizando dos seus poderes excepcionais, Ele perscruta o mais secreto
da vida da mulher Samaritana e lhe surpreende, afirmando-lhe: “porque cinco
maridos já tivestes, e esse que gora tens não é teu marido...” (Jo. 4: 18). Num
verdadeiro descortino profético, entre lagrimas de compaixão e indignação, ele prediz o futuro trágico que
viria sobre o seu povo incrédulo e rebelde, por motivo de sua rejeição, o que
efetivamente, aconteceu no ano 70 com a destruição da nação judaica. (Lc. 19: 41 – 44; Mt. 23: - 39).
Todos
os profetas do antigo tentamento desenvolveram um oficio dado por Deus. Eles
não nasceram profetas, mas, foram chamados por uma escolha divina para realizarem o oficio divino de profeta do povo
de Deus.
Cristo é o profeta
singular porque ele é o profeta eterno, ele não foi chamado ele É PROFETA. O
sacerdote Zacarias assim profetizou cheio do Espirito Santo acerca do Senhor.
Lc. 1: 76 E tu, ó menino, serás chamado profeta do
Altíssimo, Porque hás de ir ante a face do Senhor, a preparar os seus caminhos
Os profetas também são identificados no Antigo
Testamento como sendo os “homens de Deus” (”‘ish há Elohim”) (Dt.33:1; Js.14:6; I Sm.2:27; 9:6-8; IRs.12:22; 13:1), a indicar que
eram pessoas escolhidas por Deus para serem Seus mensageiros. O “profeta”,
portanto, é alguém escolhido por Deus, um ser humano, mas que era separado pelo
Senhor para trazer mensagens ao Seu povo.
Eram reconhecidos
como “homem de Deus”, ou profeta aquele
que dissesse algo que se cumprisse, visto que esta era a prova indelével de que tinha sido ele
porta-voz de Deus, que é a verdade (Jr.10:10).
Deus levantou profetas
durante toda a história de Israel. A primeira pessoa que a Bíblia chama de
profeta foi o próprio Abraão, de onde seria formada a nação israelita (Gn.20:7). No entanto, o primeiro
profeta bíblico não foi Abraão, mas, sim, Enoque, que, ainda antes do dilúvio,
teria profetizado a respeito do estabelecimento do reino milenial de Cristo (Jd.14).
a bíblia mostra que Deus levantou como profeta a Moisés
(Ex.4:15,16), precisamente no instante em que começava a estruturar Israel como
uma nação peculiar dentre todos os povos. Moisés, portanto, passa a ser um
modelo a ser seguido pelos profetas de Israel, vez que foi ele o legislador,
aquele que recebeu de Deus a própria lei, as regras do pacto pelo qual Israel
se tornou a propriedade peculiar do Senhor dentre todos os povos.
Moisés foi
considerado no Antigo Testamento como o maior profeta de Israel (Dt.34:10), pois ele mesmo teria recebido de Deus a
própria lei, num relacionamento tão íntimo (e é isto que significa a expressão
“cara a cara”) que fizera com que, ao retornar com as tábuas da Lei, o seu
rosto brilhasse, refletindo a glória de Deus (Dt.34:29-35).
A partir de Moisés, Deus sempre levantou
profetas no meio do povo, revelando, sempre, qual era a Sua vontade para o
povo. Como o próprio Jesus afirmou, o ministério profético somente se encerrou
com João Batista (Mt.11:13),
quando, então, veio o próprio Senhor, que não era apenas o porta-voz de Deus,
mas o próprio Deus conosco (Mt.1:23).
Os profetas são chamados
de anteriores e de posteriores, conforme tenham, ou não, apresentado obras
próprias. Assim, são considerados anteriores os profetas cujos ministérios
estão registrados nos livros históricos (Samuel, Natã, Gade, Elias e Eliseu,
entre outros), enquanto que são denominados de posteriores os profetas que,
surgindo no final da história dos reinos já divididos de Israel e de Judá,
deixaram escritas suas mensagens em livros próprios. Eles formam a segunda
parte dos chamados “Neviim”, ou livros proféticos, começando pelo livro de
Isaías e terminando com o livro que congrega os chamados “profetas menores” (na
nossa Bíblia, os livros de Oséias até Malaquias).
Agostinho (354-430), o
grande filósofo e teólogo cristão do final da Antiguidade, foi quem criou as
expressões “profetas maiores” e “profetas menores” para designar os profetas
cujos livros são mais volumosos (Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel) e os
demais livros, que são curtos, tão curtos que haviam sido reunidos na versão
grega do Antigo Testamento (a Septuaginta) em apenas um livro, que foi chamado
de “Dodecapropheton”, ou seja, “Doze Profetas” (Oséias, Joel, Amós, Obadias,
Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Ageu, Sofonias, Zacarias e Malaquias).
Quando se fala em
profecia, é preciso distinguir, em primeiro lugar, o sentido que assume esta
palavra nas Escrituras, porquanto temos, ao longo da história da salvação, três
manifestações distintas sob este nome, a saber, o ofício profético, o
ministério profético e o dom espiritual de profecia.
O ofício profético inicia-se, segundo alguns,
com Abraão, que é a primeira pessoa denominada de profeta nas Escrituras (Gn.20:7), mas que, segundo
outros estudiosos da Bíblia, foi um ofício iniciado com Enoque, vez que Judas
menciona ter ele profetizado (Jd.14). O ofício profético teve como característica
principal o da revelação progressiva do plano de Deus para com o homem. O
profeta era o porta-voz de Deus, aquele que revelava o desconhecido à
humanidade, o propósito divino para a restauração do homem. Neste sentido, o
ofício profético durou até João (Mt.11:13), pois, com a vinda de Cristo, o próprio
Deus Se revelou ao homem, de forma plena e integral (Hb.1:1). São, pois,
totalmente espúrias e sem qualquer respaldo bíblico a aparição de novos
profetas, que nada mais são que falsos profetas, como é o caso de Maomé, Joseph
Smith, Reverendo Moon e tantos quantos se disserem complementadores da
revelação de Cristo ao mundo.
O ministério profético, por sua vez, foi
instituído por Cristo (Ef.4:7,11), para a Igreja, com o propósito de ser o
porta-voz de Deus não mais para a revelação do plano de Deus ao homem, mas para
trazer mensagens divinas ao Seu povo no sentido de encorajar o povo a se manter
fiel à Palavra e para nos fazer lembrar as promessas contidas nas Escrituras.
No Novo Testamento, o profeta não irá acrescer nada do que foi revelado e se
completou no ministério de Cristo, mas trará informações e palavras que
confirmam o que já foi revelado. Ao vermos os profetas do Novo Testamento,
sempre verificamos o propósito divino de manter os crentes firmes e certos de
que o Senhor está no controle de todas as coisas, para o fim de velar sobre a
Sua Palavra para a cumprir. É o que se vê em At.11:28 e 21:11.
O dom espiritual
de profecia, por sua vez, não é, como diz Donald C. Stamps, comentarista da
Bíblia de Estudo Pentecostal, “…poder e capacidade de servir na igreja de modo
mais permanente…” (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL. Dons espirituais para o
crente(estudo bíblico), p.1756), como é o dom ministerial, mas, sim,
“…manifestações do Espírito [que se dão] de acordo com a vontade do Espírito([I
Co.]12.11), ao surgir a necessidade, e também conforme o anelo do crente na
busca dos dons ([I Co.]12.31; 14.1)….” (ibid.). A finalidade do dom espiritual
de profecia é a de edificar, consolar e exortar o povo (I Co.14:3,25,26,31), de forma episódica e pontual.
Assim, vemos que o que
estamos a estudar, na pessoa e ministério de Jesus Cristo, é a plenitude do
exercício do ofício profético, que, de forma parcial, foi exercido até João e,
depois de Jesus Cristo, foi substituído pelo ministério profético instituído
por Cristo na Igreja e pelo dom espiritual de profecia, operações que dependem
do êxito do exercício do ofício profético de Jesus.
4 – CRISTO O PROFETA
SEMELHANTE MOISÉS
Na essência, a profecia de Moisés diz: “O
Senhor teu Deus te suscitará um profeta no meio de ti... semelhante a mim...” (Dt
18: 15). É evidente que temos que guardar as proporções e entender o sentido
dessa semelhança. Não se trata de semelhança de essência, porem semelhança de
circunstancias, comportamento, virtude e trabalhos. Um estudo comparativo de Moisés como tipo de
cristo, nos aponta o seguinte: Tanto na vida como na missão que desempenhou,
foi Moisés a personificação de Cristo, pois como ele, Salvaram-lhes a vida
quando criança; finalmente como ele, tornou-se guia da salvação de israel. Foi
fiem (Hb. 3: 2) e manso (Nm. 12: 3; Mt. 11: 29); Cheio de compaixão e amor (Nm.
27: 17; Mt. 9: 36) poderoso intercessor pelo seu povo (Dt. 9: 18; Hb. 7; 25);
que falou face a face com deus e irradiou a glória divina (II Co. 3: 7); Tal
como Jesus foi profeta poderoso em obras e palavras 9 At. 7: 22; Lc. (24; 19)
anunciador da vontade de Deus (Dt. 6: 1; Ap. 1: 1); mediador da aliança (Dt.
29; 1; Hb. 8: 6,7); finalmente chefe e guia do povo (Is. 55: 3,4).
CONCLUSÃO
Dt. 18: 15,18 É uma
das mais claras e especificas profecias a respeito do messias do antigo testamento.
E o Senhor Jesus assim entendeu e, também os seus apóstolos (Jo. 1; 45, 5: 46;
At. 3; 22, 26: 22). Cristo foi o grande profeta enviado para falar da parte de
deus aos homens, revelando o seu poder e o seu amor. Por outro lado todos aqueles que não quisesse
ouvi-lo, incorreria em condenação. Todas as virtudes e dons que caracterizavam
os verdadeiros profetas se encontram em Jesus em plena refulgência. Ele é o
príncipe dos profetas no tempo e na eternidade, nosso senhor o amado e salvador.
Glória a Deus.
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