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A natureza divina e humana de Cristo


Natureza divina humana de Jesus cristo

Sumário
introdução
a natureza Divina de Jesus
o Verbo que já Existia
A natureza humana de Jesus
O Verbo se fez carne
os mistérios revelados
Jesus Cristo verdadeiro Deus e verdadeiro Homem
Cristo e a sua natureza
A santidade e a graça de Jesus
conclusão

 INTRODUÇÃO 

O referente trabalho tem como foco uma reflexão, sobre o estudo cristológico e da natureza de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Trata-se da “natureza divino-humana de Jesus Cristo” um Deus cheio de contradições, ensinamentos, fatos marcantes, de um Verdadeiro Deus e Verdadeiro homem. Para compreender melhor o mistério de Deus revelado no Ser de Jesus em sua humanidade, deve-se partir do princípio de sua origem desde o anúncio de Sua Vinda a Terra, Seu nascimento, Sua vida desde os primeiros anos, Sua abnegação em mostrar ao povo os desígnios do Pai, seus milagres, sua morte como sacrifício maior em prol da humanidade, como manifestação de Deus na história da salvação.
A origem de Jesus foi-nos revelada pelo grande e insondável mistério da Trindade que, como relacionamento de amor o filho encarnou-se no seio virginal de Maria para que, por meio de sua humanidade ela pudesse contribuir para que o filho de Deus servisse aos homens. Essa maneira de se manifestar na pessoa de Jesus Cristo, trouxe-nos a certeza infinita de sua presença no mundo como sinal de comunicação.
No decorrer de sua caminhada como homem, Jesus tinha a sã consciência de que era Filho de Deus e ungido pelo Pai mesmo antes de sua encarnação. Seus comportamentos e suas atitudes conduziam as pessoas e uma revolução dentro de si mesmas quando procuravam enxergar o infinito horizonte de amor que o Pai tem pelos homens. 
Ao ser concebido como homem no seio da Virgem Maria, o filho único do Pai é “Cristo”, isto é, ungido pelo Espírito Santo desde o início de sua existência humana, Jesus Cristo se fez carne e habitou entre nós com a missão de anunciar o Reino do Pai a todos os cristãos. Ele anunciava a boa nova do evangelho sempre se baseando na maior de todos os mandamentos que é o “Amor”. Estava sempre disposto a denunciar as injustiças sociais, e tinha um amor incondicional pelos excluídos e pecadores. O seu amor era sem exceção e infinito.
Com o intuito de abordar todo conteúdo relacionado ao propósito inicial de conhecer mais a fundo o Jesus Divino-Homem, nesse trabalho abordaremos duas questões principais sobre a natureza de Cristo: O primeiro apresenta a natureza divina de Deus desde a preexistência do verbo, mesmo antes da criação do mundo já estava unido ao Criador e que nos foi revelada pelo Pai,
Na segunda parte, a Sua Natureza Humana partindo desde o anúncio à Maria uma jovem de Nazaré, noiva do carpinteiro José. Uma jovem que estremece quando o anjo do Senhor vem a ela e lhe fala. O anjo explica que Deus a escolheu para dar à luz ao filho de Deus e este, por sua encarnação, uniu-se de algum modo a todo homens. trabalhou com mãos humanas, agiu com vontade humana, amou com coração humano. Nasceu da Virgem Maria tornou-se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado.
Jesus tinha plena consciência de que era Filho de Deus, que era ungido pelo Espírito Santo para anunciar as boas novas.

 A NATUREZA DIVINA DE CRISTO

 O VERBO QUE JÁ EXISTIA

Para falar da natureza divina de Jesus Cristo é preciso partir de sua origem como Verbo Divino que, mesmo antes da criação do mundo, já estava unido ao Deus Criador e que nos foi revelada pelo Pai: (Hb. 1: 2-3) HAVENDO Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas;
No princípio era o verbo... e o verbo era Deus... Tudo já foi feito por Ele e sem Ele nada foi feito. (Jo. 1,1-3). O Novo testamento revela que Deus criou tudo por meio do verbo Eterno, Seu Filho. Nele “foram criadas todas as coisas nos céus e na terra... tudo foi criado por Ele e para Ele. Ele é antes de tudo e tudo Nele subsiste”. (Cl 1, 16-17).
O Evangelho de João fala sobre a verdade acerca da preexistência do Verbo, sobre a sua identidade, da natureza com o Pai. O Verbo de Deus é o mediador de toda a criação. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... Tudo foi feito por meio dele e sem ele nada foi feito” (Jo. 1,1-3). Com efeito, afirmar a preexistência do Verbo no Pai equivale a reconhecer a sua divindade. Ele é Deus com o Pai.
A revelação da preexistência do Filho de Deus se vincula à revelação da Trindade. O Filho é o Verbo eterno, segundo o Concílio de Nicéia (325), é “Deus de Deus”; é “consubstancial ao Pai”. A revelação da preexistência do Verbo no livro de João, também está com consonância com aquilo que se diz da Sabedoria no Antigo Testamento:
O Evangelho de João é, sem dúvida, uma colaboração importante para a explicitação da preexistência de Cristo no seio do Pai, de sua eternidade com o Pai, de sua divindade e de sua mediação na criação. Também os Evangelhos sinóticos falam sobre a vinda do Filho do Homem para a salvação do mundo (cf. Lc. 19: 10; Mc. 10: 45; Mt. 20: 28). Mas são os textos do livro de João, que contêm uma referência especialmente clara sobre a preexistência de Cristo.
A Epístola aos Hebreus fala sobre a preexistência divina do Filho:
 HAVENDO Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho,
2 A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.
3 O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas; 9 Hb. (1-3)
O apostolo Paulo em sua carta aos filipenses escreve sobre o Cristo: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
 Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
 E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.
Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome;
 (Fl. 2,5-9). Jesus revela sua condição de Filho eterno do Pai. Encontramos, nos textos sagrados, várias falas do próprio Jesus a esse respeito. No livro de João, isso se torna mais evidente. O autor coloca na boca de Jesus afirmações como esta: “Saí do Pai e vim ao mundo” (Jo. 16: 28). E como esta: “Eu estou no Pai e o Pai em mim” (Jo. 14:11). E ainda: “Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem” (Jo. 3: 13).

1.2 A CONSCIÊNCIA DE SI MESMO DO FILHO DE DEUS
Jesus Cristo tinha plena consciência de que era filho de Deus, que era ungido com o Espírito Santo para anunciar as Boas Novas. Sua consciência de participante da vida do Pai explica o significado de suas atitudes e ações para com o povo. Segundo Folch (1981, p. 291): A consciência da filiação divina, explica as atitudes de Jesus às reivindicações absolutas que atribui a sua mensagem ()‘passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão’: (Mt. 24:35); a adesão à sua pessoa ()‘quem não carrega sua cruz e me segue, não pode ser meu discípulo’: (Lc. 14:26); ‘vinde a mim, vós todo que estais cansados e oprimidos e eu vos avaliarei’: (Mt. 11: 28); às promessas de conferir a seus discípulos poderes miraculosos (Mc. 16:17s; Lc. 10:19); uma sabedoria irresistível (Lc. 21:15), o próprio Espírito Santos (Lc. 12:12; 24,19).

Jesus foi o maior profeta que a humanidade já ouviu falar, conhecia as Escrituras, o pensamento alheio sem que fosse manifestado e ainda previa o futuro. De acordo com Penido (1968, p. 57):
Jesus sabia desde o princípio quais eram os que não criam e que é que havia de entregá-lo. (Jo. 6:64). Em verdade te digo que o galo não cantará antes que três vezes me negues. (Jo. 13:38). Conhecendo Jesus tudo o quanto Lhe ia suceder, saiu e lhes disse... (Jo. 18:4). Em Jesus, era o verbo, o Filho de Deus. O corpo Dele era o verdadeiro ponto de encontro com Deus, pois em Cristo “habita corporalmente toda a plenitude da divindade”. (Gl. 2:9).
O I Concílio Ecumênico de Nicéia em 325, confessou em seu credo que o Filho de Deus é “gerado, não criado consubstancial ao Pai” e condenou Ario que afirmava que o “Filho de Deus veio do nada” e que Ele seria de uma substancia diferente da do Pai.
Ao longo de sua caminhada Jesus recebeu vários títulos, entre eles estão: Profeta, Messias, Salvador, Senhor, mas os que Ele reivindicava com mais insistência eram: Filho do Homem e Filho de Deus. Penido fala (1968, p. 61):... Cristo, na sua declaração solene ao Sumo Sacerdote, refere-se explicitamente ao profeta: “Eu vos digo que um dia vereis o Filho do Homem sentado à direita do Pai e vir sobre as nuvens do Céu”. (Mt. 26:54).
João também ressalta o aspecto transcendente divino do Filho do Homem no Apocalipse escreve: Eis que Ele vem nas nuvens do Céu... No meio dos candelabros vi como um Filho de homem, vestido de uma túnica e com o peito cingido por um cinturão de ouro. A sua cabeça e os cabelos eram brancos como a lã branca como a neve. Os seus olhos como chamas de fogo; os seus pés semelhantes ao bronze, como incandescente no forno e sua voz como a voz de muitas águas. Tinha na destra estrela e da sua boca saía uma aguda espada de dois gumes e o seu aspecto era como o sol quando resplandece em toda sua força. (Ap. 1: 13-15).
O próprio Cristo proclama que Ele é o Filho de Deus encarnado e os seus milagres confirmam a autenticidade dessa proclamação. Como nos diz Penido (1968, p. 59):... os milagres que ele obra confirmam a origem divina de sua mensagem, são como um selo divino que autentica a doutrina; “... essas obras que eu faço dão em meu favor testemunho de que o Pai me enviou”. (Jo. 5:36). “... ao menos crede-o por causa das próprias obras”. (Jo. 14:11). Se eu não tivesse feito entre eles as obras que nenhum outro fez, não teriam pecado....

1.3 A Fé da Comunidade Cristã e a Contribuição da Patrística
Os cristãos confessam e proclamam que Jesus de Nazaré é o Messias, o Filho de Deus. Deus, seu Pai, o enviou e o ungiu por seu espírito (Is. 61:1; Lc. 4:18). É o Salvador que Deus prometeu para o seu povo e para todos os homens. Ele salvará seu povo dos pecados. (Mt. 1:21).
As escrituras deixam muito claro que o Filho possui todas as características e atributos de Deus, não podendo ser tido por alguém menos que Deus. As alegações que Jesus fez sobre sua própria pessoa não teriam sentido se Ele não tivesse sobre si mesmo a clara noção de divindade. Ele sabia que era Deus, pois disse que: os anjos eram seus, e os poderia enviar (Mt. 13:41), ter autoridade para perdoar os pecados (Mt. 2: 1-12), tarefa que cabe exclusivamente a Deus. Ser o Senhor do Sábado (Mt. 2: 27-28), ter poder para vivificar e ressuscitar os mortos (Jo. 5; 21), ser a ressurreição e a vida (Jo. 11:25).
A vida de Jesus Cristo nada teve de casual e nem mesmo de inesperado. Ele veio na plenitude dos tempos e sua missão já estava completamente elaborada antes da fundação do mundo. Jesus alegou várias vezes possuir um relacionamento íntimo com o Pai. Ele afirma: Ser um com o Pai (Jo. 10:23), que quem o vê, vê o Pai (Jo. 14: 7-9), que preexistia antes de Abraão (Jo. 8:58), sua afirmação é no presente “Eu Sou”; que quem o honra está honrando o Pai (Jo. 5:23), ter a mesma natureza de vida que existe somente em Deus, o Pai (Jo. 5:26).
Paulo mostra claramente sua crença na divindade em Jesus. Ele afirma que Jesus é a imagem do Deus invisível no qual todas as coisas subsistem e que Nele reside toda plenitude. Podemo-nos firmar no que dissemos, ao nos deparar com as palavras extraídas de (Cl. 1:15-20) que expressa com nitidez e bastante operosidade ao declarar: Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criação, pois é Nele que foram criadas todas as coisas no céu e na terra. Os seres visíveis e invisíveis, tronos dominadores, principados, potestades; tudo foi criado através Dele e Para Ele. Ele existe antes de todas as coisas e Nele todas as coisas têm consistência. Ele é a cabeça do corpo que é a Igreja, é o princípio primogênito dentre os mortos, de modo que tudo tem primazia. Pois, Deus quis fazer habitar Nele toda a plenitude e por Ele reconciliar consigo todos os seres tanto na terra como no céu estabelecendo a paz, por meio Dele, por Seu sangue derramado na cruz.
Jesus Cristo é o juiz universal dos vivos e dos mortos, como nos mostra o último artigo do Credo que se refere a Ele. Em relação ao tema, Penido (1968, p. 62) continua: Função principal específica do Filho do homem parece ser segundo os evangelhos a de juiz dos vivos e dos mortos. “Quando o Filho do homem vier sem sua glória, e todos os anjos do céu com ele sentar-se-á no seu trono de glória e reunir-se-ão em sua presença, todas as nações e Ele separará uns dos outros...” (Mt. 25: 36-46). “Deu-lhe (O Pai ao Filho) poder de julgar, porquanto, Ele é o Filho do Homem”. (Jo. 5:27).

Santo Inácio de Antioquia professa tanto o fato da encarnação verdadeira quanto a obra salvíica  de Jesus que morreu para dar a vida. Ele acentua a divindade de Jesus, apresentando binômios que conjugam o divino e o humano: “Aguarda aquele que paira acima dos eventos invisíveis, o Atemporal, o Invisível que por nossa causa se fez visível, o impalpável, o impossível, que por nós se fez possível” (AS. Policarpo 3,2)
Santo Atanásio, por sua vez, prossegue na mesma teologia da “divinização” trazida por Cristo e pelo Espírito Santo, construindo a partir daí famosos argumentos contra a heresia da Ario. Se o verbo não é consubstancial como o Pai não nos diviniza, não nos redime. Ou: se o Espírito nos dá a participação divina, não é criatura e sim, DEUS.

A NATUREZA HUMANA DE JESUS

 O VERBO QUE SE FEZ CARNE

             Maria, uma jovem de Nazaré, desposada com José. Ouve por parte de um anjo que diz: Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus. E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim. (Lc. 1: 30-33). Disse Maria em resposta ao chamado de Deus: “E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço homem algum”? E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus. E eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril; Porque para Deus nada é impossível. Disse então Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela. (*Lc. 1: 34 – 38). O Sim de Maria, acontecido na pequenez de uma aldeia pobre e insignificante da Galileia, sob ocupação romana, soou forte, certamente, e foi motivo de grande alegria, pois, o Homem tinha aceitado receber o seu Criador e participar na obra da sua própria libertação.
O evangelista Lucas fala deste nascimento de uma mulher, quando descreve os acontecimentos da noite de Belém: ‘e quando ali se encontravam, contemplaram-se os dias de ela dar à luz e teve o seu filho primogênito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura (Lc. 2: 6-7). O mesmo evangelista diz-nos que, no oitavo dia após o nascimento, o menino foi submetido à consciência ritual e ‘deram-lhe o nome de Jesus’ (Lc. 2:21). No quadragésimo dia foi oferecido como ‘primogênito’ no templo de Jerusalém, segundo a lei de Moisés. (Lc. 2: 22-24).
Isso tudo é novidade. Até a encarnação do Verbo, a relação de Deus como seu povo era próxima, mas ao mesmo tempo distante. Deus é o Deus invisível (Cl. 1:15). A Encarnação do Verbo nos possibilita ver Deus, pois, segundo o Apóstolo Paulo ensina que o Verbo encarnado é a imagem do Deus invisível (Cl. 1:15). Jesus ensina que quem o vê, vê o Pai. A novidade causa estranheza. Esse mistério não ficou isento das estranhezas. Houve quem negasse a humanidade de Jesus, tentando fazê-la aparente, como se Jesus não fosse realmente homem, mas aparentemente homem.

OS MISTÉRIOS REVELADOS 

 A revelação do mistério, está exatamente no fato de Deus tornar-se plenamente homem. Isso como expressão da Graça do Espírito de Deus que sopra onde quer e da vontade de Deus que quer a salvação de todos os homens (1 Tm. 2:4). A encarnação do Verbo não é aparente. É real. Na encarnação, “o Verbo se fez carne e armou sua tenda entre nós” (Jo. 1:14).
A humanidade de Jesus Cristo era real. Várias razões comprovam essa verdade: Jesus teve uma concepção miraculosa (Mt. 1:18), teve nascimento (Mt. 1:16), teve participação na carne e no sangue (Jo. 1:14), teve alma humana (Mt. 26:38; 27:50), foi crucificado (Lc. 2:21), teve crescimento em estatura e sabedoria (Lc. 2:52), chorou (Lc. 19:41; Jo. 11:35), teve fome (Mt. 4:2; 21:18), sede (Jo. 4:7; 19:28), cansaço (Jo. 4:6).
Jesus foi gerado pelo Espírito Santo de Deus, no ventre de uma mulher para vir ao mundo de maneira natural. Muito embora ele tenha nascido de uma pessoa humana, Ele não herdou a natureza pecaminosa do ser humano. Ele nasceu humano, mas sem pecado. “Ele é como nós em todas as coisas, exceto no pecado” (Hb. 4:15).
O Filho de Deus, por sua encarnação, uniu-se de algum modo a todo homens. Trabalhou com as mãos humana, pensou com inteligência humana, agiu com verdade humana, amou com coração humano. Nascido de Maria tornou-se verdadeiramente um de nós em tudo, exceto no pecado.
Jesus Cristo emprega o título Filho do homem para designar a sua condição divina, porém o mesmo Cristo emprega o título para designar a sua condição humana, com as suas humilhações e seus sofrimentos: “Filho do homem não veio para ser servido, mas, para servir e dar sua vida em redenção de muitos” (Mt. 20: 28).
O Evangelho de Marcos indica bem este duplo aspecto, transcendente e humilde, da nação. O Filho do homem tanto possui origem celeste que perdoa os pecados (Mc. 2:10) e dispõe do sábado a seu bel-prazer (Mc. 2:28). Em compensação, por três vezes o segundo evangelho anuncia os sofrimentos do Filho do homem: “Começou (Jesus) a ensinar-lhes como era preciso que o Filho do homem padecesse muito...” (Mc. 8:31). “Já ensinando os discípulos, dizia-lhes: O Filho do homem será entregue em mãos dos homens, e hão de matá-lo... (Mc. 9:31).“Começou Ele a declarar-lhes o que lhe havia de suceder: Subimos a Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas que o condenarão à morte e o entregarão aos gentios... ”(Mc. 10: 32-33).
Deus fez o homem à sua imagem e semelhança, mas em dado momento Ele fez-se semelhante aos homens, exceto no pecado. Deus desceu do céu e se fez semelhante aos homens na pessoa de Jesus Cristo. Como nos fala Penido (1968, p. 29):
Sem deixar de ser eterno, onipotente, santo, cheio de majestade, Deus se torna nosso irmão em humanidade. Não precisamos mais buscar no fundo dos céus um solitário inacessível. Cristo é o ‘Emanuel’ Deus conosco; revestiu a condição humana, nasceu entre nós, conosco viveu 33 anos. Doravante para conhecer a Deus, basta olhar a Cristo ‘Quem me viu, viu o Pai’(Jo. 14;9).

Jesus Cristo tinha os elementos essenciais da natureza humana, ou seja: corpo, alma e espírito, pois, a integridade de sua natureza humana exigia um corpo bem real. Como nos fala Penido (1968, p. 110):•.
O Verbo de Deus não tomou um corpo ilusório e fictício, como já no primeiro século da era cristã ousaram afirmar alguns hereges que atraíram a severa condenação do apóstolo João: Visto que se hão descoberto no mundo muitos impostores que não confessam haver Jesus Cristo vindo em carne; negar, isto é, ser um impostor e um anticristo (2 Jo. 7).
Isto, porque, quando falamos de humanidade, falamos de humanidade concreta. A natureza humana não existe em si mesma. O que existe é o homem real e concreto. Por isso, a partir da Revelação Neo-testamentária, podemos afirmar que Jesus foi um homem em sentido pleno da palavra. E, enquanto tal, não foi poupado, à exceção do pecado, do que está inerente à natureza humana, inclusive o medo, a insegurança e a paixão. A Carta aos Hebreus, a propósito, nos diz: “porque não temos nele um pontífice incapaz de compadecer-se das nossas fraquezas. Ao contrário, passou pelas mesmas provações que nós, com exceção do pecado” (4:15). É impressionante o texto do Evangelho de Mateus, onde se lê que Jesus morreu dando um forte grito: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Mt. 27:46; também Mc. 15; 34). Jesus sente-se abandonado e o proclama no grito. Jesus parece sentir abandonado por Deus e completamente fracassado. Boff (1989, p. 180), diz:

Encontramo-nos diante da suprema tentação suportada por Jesus; podemos formulá-la assim: todo meu compromisso foi em vão? Não vai vir o Reino? Terá sido tudo uma pura ilusão? Carecerá se sentido último o drama humano? Será que não sou realmente o Messias? Caíram por terra as ideias que Jesus, verdadeiro homem, formou-se sobre si mesmo e sobre seu projeto. Jesus se encontra nu, desarmado, absolutamente vazio ante o mistério.
Na epístola aos Gálatas, o Apóstolo Paulo descreve a vida de Jesus numa só frase: “Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sujeito a Lei, para resgatar os que eram sujeitos à lei, e todos recebemos a dignidade de filhos” (Gl. 4: 4-5).
João dirige-se à sua comunidade de maneira ainda mais direta: “Deus enviou o seu filho único ao mundo para que tenhamos a vida por meio Dele. E nós vimos, e damos testemunho: o Pai enviou o seu Filho como Salvador do Mundo” (1 Jo. 4; 9.14).
Os teólogos e os discípulos de Jesus têm cada um a sua maneira de falar do mistério da encarnação. João começa o seu evangelho por um hino a Cristo, que proclama: “E a palavra se fez carne (quer dizer homem) e veio morar entre nós. Nós vimos a sua glória” (Jo. 1:14).
Por amor, Deus enviou seu Filho ao mundo. E o amor de Deus por nós homens, manifesta-se efetivamente na paixão e na morte de Cristo de onde brota a vida: mistério de fé. Os apóstolos de Cristo dão testemunho de que:

Ele, nosso mediador: entregou-se como resgate por todos (1 Tm. 2; 5-6). Ele, o Cordeiro de Deus: tira o pecado do mundo (Jo. 1; 29); Ele o Filho de Deus: pela sua morte reconciliou-nos com Deus (Rm. 5;10); Ele, o Filho obediente: tornou-se causa de salvação eterna para todo os que lhe obedecem (Hb. 5;9); Ele, o redentor: nele, Deus anulou a nossa dívida, e o eliminou cravando-o na cruz (Cl. 2:14); Ele, o Salvador: pelas suas chagas fomos curados (1 Pe. 2: 24). A morte de Cristo é ao mesmo tempo o sacrifício pascal que realiza a redenção definitiva dos homens pelo cordeiro que tira o pecado do mundo’, e o sacrifício da nova aliança, que conduz o homem à comunhão com Deus, reconciliando-o com ele pelo ‘sangue derramado’ por muitos para remissão dos pecados.

São Marcos põe em relevo especial as características da autêntica humanidade de Jesus: Ele geme e suspira profundamente (Mc. 7:34; 8:12); Ele se indigna e entristece pela dureza de coração dos fariseus (Mc. 3:5); tanto se entrega à sua missão que não tem mais tempo para comer e, por isto, parece estar fora de si (Mc. 3:21); tem grande amor às crianças (Mc. 9:36; 10:16). Além destes, Jesus apresenta em Marcos os traços humanos que os outros evangelistas também apontam: como veemência, expulsa os vendilhões do templo (Mc. 11: 15-16), sofre atrozmente tanto no plano físico como no espiritual (Mc. 14: 32-42).
João é o evangelista que mais insiste no fato de que o Verbo se fez carne (Jo. 1:14). A insistência aparece também no inicio da sua primeira epístola: O que era desde o princípio, o que ouvimos com os nossos olhos, o que contemplamos e o que as nossas mãos apalparam do verbo da vida-vida esta que se manifestou, que nós vimos e testemunhamos, vida eterna que a vós anunciamos, que estava junto do Pai e que se tornou visível para nós (1 Jo. 1: 1-2). Este é o critério para saber se uma inspiração vem de Deus: de Deus é todo espírito que professa Jesus Cristo que veio na carne.
O fato é que vindo ao mundo pelo mistério da Encarnação, Jesus torna-se a comunicação máxima de Deus ao homem. Pelo que diz o Apóstolo: “Quando, porém, chegou à plenitude dos tempos, enviou Deus o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob a Lei, para remir os que estavam sob a Lei, a fim de que recebêssemos a adoção filial” (Gl. 4: 4s). E ainda, segundo o mesmo Apóstolo, “em Cristo, habita corporalmente a plenitude da divindade” (Cl. 2: 9). Estava na linha da ação amorosa de Deus que, além de criar e de falar aos homens pelos profetas, Deus Pai enviasse sua Palavra ao mundo feita carne (Hb 1: 1), donde se conclui que a Encarnação era conveniente ao plano de Deus-Amor. Não aos olhos da razão, porquanto será sempre “loucura e escândalo” (1 Cor. 1:23).
A razão, por considerar que existe uma infinita distância entre Deus e o ser humano, não poderia ver a Encarnação senão como uma união de dois termos desproporcionados entre si, o que seria contrário à beleza e à ordem. No entanto, em todo homem há uma abertura ao transcendente e ao sobrenatural. E em sua definição, o homem inclui uma referência ao Infinito, o que, segundo que lhe possibilita ser assumido por Deus em união dita hipostática. Por isso, percebe-se que a Encarnação é conveniente à natureza de Deus, e também à do homem e, por conseguinte, à do universo inteira, representada pelo homem.

JESUS VERDADEIRO DEUS E VERDADEIRO HOMEM
A doutrina clássica da cristologia afirma ter Jesus Cristo duas naturezas sendo homem e Deus ao mesmo tempo.  Deus Filho, Jesus Cristo, tomou para Si a natureza humana, sem deixar de ser divino. Jesus sempre foi Deus (Jo. 8:58; 10:30), mas, na encarnação Jesus se fez carne. (Jo. 1:14). Tornou-se Divino-humano, Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem. As duas naturezas de Jesus, humana e divina, são inseparáveis.  A humanidade de Jesus e a Sua divindade não se misturam, mas se unem sem perderem suas identidades separadas. Jesus às vezes vivia com as limitações de humanidade (Jo. 4:6; 19:28) e outras vezes com o poder de Sua divindade (Jo. 11:43; Mt. 14:18-21). Nos dois casos, as ações de Jesus foram de Sua única Pessoa. Jesus tinha duas naturezas, mas só uma pessoa.

 É impossível para nós entender plenamente como Deus trabalha. Nós, como seres humanos finitos, não devemos supor que podemos compreender um Deus infinito. Jesus é o Filho de Deus por ter sido concebido pelo Espírito Santo (Lc. 1: 35). Mas isso não significa que Ele não já existia antes de ser concebido Ele é o filho eterno do Deus vivo. (Jo. 8:58; 10:30). Quando Jesus foi concebido, Ele se tornou um ser humano em adição ao fato de ser Deus (1 Jo. 1:14).
Jesus é singular no que diz respeito à sua pessoa. Sendo Ele Deus perfeito e homem perfeito, não é duas pessoas ao mesmo tempo. Ainda que seja de difícil compreensão a unificação do ser divino com o ser humano em um único ser.

As duas naturezas de Cristo pode ser resumida em três pontos: 1) Em Jesus Cristo, o Filho do homem não é pessoalmente distinto do Filho de Deus; 2) Que Maria é verdadeiramente escolhida por Deus, por ser a Mãe de Jesus Cristo, que é Deus; 3) Em virtude das suas duas naturezas há comunicações de uma com a outra isto é: denominações, propriedades e ações das duas naturezas em Jesus Cristo, que podem ser atribuídas à sua pessoa, de modo que se pode dizer: Deus morreu por nós, Deus salvou o mundo, Deus ressuscitou.
É importante apontar que no tempo da encarnação, a natureza divina de Jesus Cristo, sendo imutável, não poderia e não passou por nenhuma mudança. Ele não colocou de lado nenhum dos atributos divinos quando tomou sobre si uma natureza humana. Pois, Ele não poderia ter feito isso e ainda permanecer divino.
Em Jesus Cristo temos verdadeiramente um homem, capaz de consciência e de livre arbítrio, um corpo animado de espírito; porém, a “personalidade”, a base antológica que atua essa unidade humana que faz subsistir e operar, pensar, amar, sofrer. O divino verbo se torna, pela encarnação, o sujeito responsável, em última instância, pelas ações de Jesus. A falta de referências bíblicas sobre uma dualidade existente na pessoa de Jesus já é claro indicativo que há uma só unidade em torno de sua pessoa. No entanto, há textos sobre a divindade e humanidade de Jesus reunido em um único ser (Jo. 1:14; Gl. 4:4; 1 Tm 3:16; 1 Cor. 2:8).
O Concílio de Calcedônia, em 451, declarou que em Cristo há duas naturezas, cada uma mantendo as suas próprias propriedades, e juntas, unidas numa substância e em uma única pessoa.

Jesus não era em algumas ocasiões humano e, em outras, divino, e nem mesmo um terceiro ser resultante da fusão das duas naturezas. Seus atos sempre foram humanos e divinos ao mesmo tempo. Dessa maneira, a humanidade e a divindade são reconhecidas de forma mais completa em Jesus Cristo.

CRISTO E SUA NATUREZA

A unicidade da Pessoa e a duplicidade das naturezas, em Cristo, justificam a chamada “comunicação das naturezas”. Neste contexto, “comunicação “propriedade”“. Comunicação dos idiomas vem a ser atribuição a este homem Jesus de propriedades divinas, e a este Verbo divino encarnado, de propriedades divinas, e a este Verbo divino encarnado de propriedades humanas. Supõe o fato de uma só Pessoa possuir ao mesmo tempo duas naturezas, humana e divina. Torna-se impossível no nestorianismo: duas pessoas não se podem predicar uma da outra, pois a pessoa é incomunicável. Pelo contrário, na doutrina católica, as propriedades humanas podem ser atribuídas a Deus. (p. ex. Deus morreu) e vice-versa (Deus é eterno). O mesmo que é Filho de Deus é Filho de Maria.

Esta predicação recíproca só vale usando predicados concretos, os quais designam a pessoa (p. ex. Deus, este homem), enquanto os termos abstratos designam a natureza. Afirmar os termos concretos uns dos outros, é afirmar a unicidade da pessoa; afirmar os termos abstratos uns dos outros, seria afirmar como Eutiques a unicidade da natureza, ou seja, soçobrar ao “monofisismo” herético.

A natureza humana de Cristo, tendo embora muitos dos elementos construtivos da personalidade humana, precisa de um princípio supremo humano de unidade e de operação. A Sagrada Escritura sempre refere todos os predicados de Cristo a um só centro supremo de atribuição que é a pessoa divina do Verbo ou Filho.
Não sendo pessoa, a natureza humana de Cristo precisa de autonomia, ela não passa de instrumento conjunto da Pessoa do Verbo que se encarnou para reunir a humanidade. Foi atuada através de sua natureza humana que o Filho nos salvou.

3.2.1 As Ciências de Cristo
Posta a existência em Cristo, de uma inteligência humana, resta, a saber, se ela permanece inativa, se é fonte efetiva de energia psíquica. Como Deus que era, Cristo tinha ciência divina. “ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, e quem é o Pai senão o Filho” (Lc. 10:22).
A perfeição da natureza humana de Jesus exige a presença nele de conhecimentos intelectuais humanos. Enfatizamos, pois, que a união da natureza divina, nada tira à natureza humana de Jesus – salvo a subsistência autônoma – esta humanidade de Cristo tem tudo o que teria se fosse pessoa humana; logo não lhe falta conhecimento intelectual como os demais homens. Uma inteligência que nunca atuaria seria inútil, supérflua.
A teologia, colocando em Cristo vários tipos de saber, não entende ampliar o seu campo de objetos conhecidos, mas sim afirmar que Ele conhece cada objeto de todas as maneiras possíveis. Devem-se colocar em Cristo-homem, três tipos de saber bem definidos.
Se a dualidade exigia pluralidade de ciências em Cristo, esta mesma dualidade pedia uma pluralidade de amores: divino, humano-espiritual, humano-sensível


A SANTIDADE E GRAÇA DE JESUS


A santidade de Jesus Cristo, quanto ao seu verdadeiro significado, indica que Ele era isento de toda contaminação absoluta e imaculadamente puro. Ele era absolutamente livre de todos os elementos de impureza. Ele possuía todos os elementos de pureza positiva e perfeita santidade. A santidade como parte inseparável do caráter divino de Jesus foi constatada e motivo de apreciação da parte de santos e pecadores. A santidade de Jesus foi testemunhada pelos espíritos imundos, por Judas Iscariotes, Pilatos, pela esposa de Pilatos, pelo malfeitor moribundo na cruz, pelos apóstolos Pedro e João, Ananias de Damasco, por todo o grupo apostólico, pelo apóstolo Paulo, pelo próprio Jesus Cristo, e por Deus, o Pai (Mc. 1:23,14; Mt. 27:3-4; 27:19; Lc. 23:41; Jo. 18:38; At. 3:14; 4:27; 22:14; 1 Jo. 3:5; 2 Cor. 5:21).
A santidade de Jesus é manifesta de forma muito patente nos seguintes casos do Novo Testamento: Por sua atitude para com o pecado e a justiça (Hb. 1:9); por suas ações referentes ao pecado e à vontade de Deus (1 Pe. 2;22); pela sua exigência de santidade da parte dos outros (Mt. 5:48); pela sua repreensão do pecado dos pecadores (Mt. 16:23); mediante seu sacrifício para salvar os homens do pecado (1 Pe. 2:24) e pelo castigo destinado aos impenitentes (2 Ts. 1:7-9).
Por “amor de Jesus Cristo” se entende seu desejo e disposição na promoção do bem-estar dos objetos de sua afeição pessoal, e de sua devoção particular. Neste particular, são objetos do amor de Jesus Cristo: Deus Pai (Jo. 14:31); a Igreja (Ef. 5:25); os crentes como indivíduos (Gl. 2;20); aqueles que lhe pertencem (Jo. 13:1) e os discípulos obedientes (Jo. 14:21), etc.
João escreve seu texto como uma reflexão sobre Jesus e sobre aqueles que conviveram com Jesus. Impressionava-o como, contra todas as evidências, tantas pessoas não o receberam. Foi para estes que escreveu o seu evangelho, a sua narrativa sobre os eventos envolvendo a vida de Jesus.
Jesus, agora presente na história dos homens, é a Palavra pela qual o mundo foi criado. No entanto, o mundo não o reconheceu como co-criador do mundo. Até hoje há quem veja Jesus como um mestre entre muitos. Por que?
Jesus, agora presente nas vidas das pessoas, é o Messias (Enviado) de Deus para o mundo, a começar pelos judeus, mas, a maioria dos judeus não o aceitou e não o aceita como Messias. Em (Jo. 13:14) vemos: Aquele que é a Palavra (ou Verbo) estava no mundo, e o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o reconheceu. Aquele que é a Palavra (ou Verbo) tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade.
Jesus agora presente nas experiências dos seres humanos, era a glória de Deus em forma de graça e verdade, mas esta luz não iluminou as faces de todos. Jesus, agora presente nas vivências de homens e mulheres, era a revelação do amor do Pai. Quem via Jesus via o Pai, mas nem todos viram o Pai olhando para Jesus.
Alguns não receberam e não recebem a graça porque não vêm justiças nela. E estão certos em seu diagnóstico: a graça não é justa; graça é graça, justiça é justiça. A graça de Jesus -- que escândalo! -- alcança a quem merece e a quem não merece. Aos olhos humanos, corrompidos pela ideia de crime e castigo, a graça é injusta.
Jesus é a graça que se vê, para nos tornar filhos de Deus e nos legar uma vida de filhos de Deus.
O evangelho de João. 12:13 garante: Aos que o receberam aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus. Em Efésios 2:8-10 encontramos este texto:

Porque pela graça sois salvos mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feituras d’Ele, criados em Cristo Jesus, para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.

Pode-se ver que a primeira declaração é que somos salvos pela graça de Deus, e este dom não vem de nós. Isto coloca de imediato a verdade, que o ato de salvar a humanidade procede de Deus. A salvação, portanto é uma dádiva d e Deus para o homem. A salvação não brota a partir do coração humano. Por mais que uma pessoa seja dada a fazer o bem, por mais que suas obras sejam excelentes, a salvação não vem de si mesma. A Salvação é um ato da graça de Deus, pois, graça é definida como favor, misericórdia, perdão. A graça é um atributo, uma característica divina exercida para com os seres humanos. Não a buscamos porque ela nos foi dada por Deus.
Deus em sua misericórdia executou fielmente o seu plano e Jesus veio até nós, pagou o preço que o pecado exigia: a morte. Com Sua vida santa e sem pecado, e com Sua morte em sacrifício, Jesus adquiriu o direito de salvar perfeitamente a todos quantos crerem no Seu nome.
Tudo o que Deus poderia fazer para salvar a humanidade da condição de pecadores, Deus realizou. O sacrifício de Jesus foi perfeito e completo. Sua ressurreição e ascensão confirmam e provam isto. Assim, o homem, não poderia fazer nada para se salvar porque era impossível para ele, mas Deus providenciou de maneira maravilhosa. E esta maravilhosa graça Deus oferece a todos. É um presente divino para humanidade.
Somente um amor inexplicável é capaz de executar este plano maravilhoso e oferecer gratuitamente, sem que precisemos fazer absolutamente nada. Agora, nós que fomos criados com a capacidade de escolher o que queremos para nossa vida, poderemos ou não aceitar este precioso presente divino. Está em nós aceitar ou não este sacrifício de amor.
O nosso sábio Criador nos dotou, já no nascimento, dos necessários dons e talentos para darmos uma valiosa contribuição ao mundo. Se desejarmos usar nossos dons e talentos, devemos nos tornar conscientes das atividades e interesses que nos aguardam. A dedicação e a perseverança já abriram muitas portas que pareciam fechadas.•.

CONCLUSÃO

Perceberam que na salvação, o Pai torna-se acessível ao homem no Filho, pois toda a plenitude do Pai habita no Filho (Cl. 1: 19; 2:9) e é expressa por meio do Filho (Jo. 1:18). Dessa forma, o Deus incompreensível e insensível é agora expresso e acessível em Cristo, o “Logos de Deus” (Jo. 1: 1), uma vez que o Filho e o Pai são um só (Jo. 10: 30), e o Filho é também chamado de Pai (Is. 9: 6).
O Pai quis combinar Sua divindade com a humanidade no Filho por meio da encarnação d’Este. Com isso, não queremos dizer que a natureza humana foi “dissolvida como uma gota de mel no mar”, anulando praticamente a natureza humana. Pelo contrário, a divindade de Cristo pode ser comparada a um lenço branco que, imerso em tinta azul, representa a natureza divina de Cristo imersa na natureza humana. O lenço branco tornou-se para sempre azul. Da mesma forma que o azul foi adicionado ao lenço branco, a natureza humana de Cristo foi adicionada totalmente à divina, e as duas naturezas, antes separadas, agora se tornam apenas “uma, ímpar, indivisível, uma só essência, uma, inseparável”
Daí pode dizer que a natureza de Cristo é uma só, combinando o divino e o humano, sem, contudo, deixar de ser Deus e homem. A diferença se deu nas terminologias usadas para explicar o fenômeno da união da divindade e humanidade de Cristo.
Na verdade, nunca houve a negação da natureza humana e muita menos da divina de Cristo. Nos últimos anos, pudemos constatar as demais Igrejas Ortodoxas Orientais consideram que aquele cisma aconteceu por conta de problemas de ordem linguística e de interpretação cultural, e não de ordem teológica, pois estas Igrejas reconheceram, no seu percurso histórico, tanto a humanidade como a divindade de Jesus.

Este Jesus, homem-Deus, viveu na terra por trinta e três anos, experimentando as coisas comuns e habituais, tais como cansaço, fome, sede, choro, perseguições, sofrimentos e morte. Reconhecemos, pois, não só a divindade de Cristo, mas também sua humanidade. Em termos de exemplificação, na liturgia da Igreja ortodoxa, o sacerdote pronuncia um Cristo Divino e Humano, isto é, o Verbo de Deus que sofre e que é glorificado: 

pastor Roilton Alves 

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